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sábado, 24 de outubro de 2009

olhe...

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Olhe...

Assim não! Olhe mesmo...

Chegue perto, se encline... e olhe

Não tenha pressa! Deixe o texto pra daqui a pouco e OLHE... OLHE... OLHE......

Dos retratos há uma característica que me cativa: você pode olhá-los. Parece óbvio, e é mesmo! Mas não falo apenas de ver, falo de observar. Eu mesmo refleti sobre isso há apenas algumas semanas.
Há poucos dias reescrevi minha descrição pessoal e usei uma frase que diz: "Um retrato dá tempo ao olhar".
A razão mais óbvia é de que o retrato não se move. Na tela ou no papel, ele fica lá quietinho para ser olhado.
Uma outra é de que o retrato não reage ao seu olhar. Por um retrato, pessoas diferentes podem enxergar coisas diferentes, ser tocadas e reagir de formas diferentes. Até uma mesma pessoa pode experimentar novos sentimentos olhando o mesmo retrato em uma nova situação. Mas o retrato continua sendo o mesmo.
Mais uma razão, a que vem me chamando mais atenção, é a de que não precisamos nos preocupar com o que o retrato está pensando de nós.
Esta é uma característica fundamental do ser humano civilizado: estamos sempre preocupados com o julgamento alheio sobre a nossa imagem, o nosso comportamento, preocupados com o que as pessoas pensam sobre nós. Pelo menos até certo nível esta preocupação é socialmente saudável e é o que possibilita aos indivíduos a convivência em sociedade.
Mas se imagine em uma, ou lembre de alguma, situação em que você quis muito ficar observando uma característica na expressão de uma pessoa qualquer, principalmente desconhecida. Uma característica que fisgou o seu olhar. Você se preocupou se aquela pessoa ia perceber seu olhar? E se percebeu, se preocupou com o que pessou sobre você? Posso apostar que a sua resposta foi "sim" para as duas perguntas. Nós nos preocupamos porque nosso olhar é a legenda do filme de nossa alma. O olhar passa mensagens que nos descrevem intimamente e ninguém gosta de ser surpreendido assim, desprevenido.
Mas não se preocupe! Esse reatrato dalí de cima não pensa nada sobre você. MAS pode fazer você pensar. Olhe... Olhe... Olhe... Olhe... Olhe...

E se quiser falar, deixe um comentario.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009